Educação Física e Esporte

Eu ingressei na Faculdade de Educação Física em 1998 e essa área mudou a minha vida. Também tenho convicções de que a Educação Física e o Esporte são subvalorizados na sociedade e que suas contribuições podem ser bem maiores quando ela tiver mais espaço em nossa democracia. As propostas serão organizadas por nível, a saber:

Em âmbito Nacional

  1. Aulas de Educação Física Escolar de qualidade: Lutar por uma educação física de qualidade no âmbito escolar, com aulas ministradas por professores formados em Educação Física, das séries iniciais ao ensino superior.
  2. Aulas de Educação Física Escolar com quantidade: Esforçar para ampliação da quantidade de aulas de Educação Física Escolar em todos os adiantamentos escolares do Ensino Básico com, pelo menos, três aulas por semana em escolas de turno único e cinco aulas por semana em escolas de turno integral.
  3. Incentivo à inclusão de aulas de Educação Física Escolar no Ensino Superior: Diversas evidências científicas suportam a ideia de que a prática de atividade física melhora aspectos cognitivos (memória, por exemplo), psicossociais (ansiedade e depressão) e o desempenho acadêmico. Ademais, a redução do comportamento sedentário e uma vida mais ativa aumenta a aptidão física e reduz a chance de desenvolvimento de doenças crônicas não-transmissíveis.
  4. Piso Salarial da Educação Física: Como profissão da área da saúde, Profissionais de Educação Física não podem ficar à mercê exclusivamente das regras impostas pelo mercado e pelas prefeituras municipais. Necessita-se de balizamento para um Piso Salarial Nacional e estruturação de uma jornada de trabalho condizente com o mesmo.
  5. Retorno ao Cadastro MEI: Muitos profissionais de Educação Física são autônomos e diversos deles microempresários como Personal Trainers. O retorno dos Profissionais de Educação Física ao Cadastro do MEI contribuirá para maior profissionalização da área, redução de sonegação fiscal e melhores condições trabalhistas.
  6. Restringir em âmbito nacional a Taxa do Personal Trainer: Em muitas academias do Brasil, profissionais de Educação Física são obrigados a pagarem taxas adicionais para acompanharem seus clientes durante sessões de treino. Ou seja, além de o aluno pagar a matrícula e a mensalidade da academia, o profissional externo que (simplesmente) o acompanha, ainda tem de pagar uma taxa adicional para exercer seu direito profissional legal, constitucionalmente garantido.
  7. Base Legal sólida para inserção em todo o Sistema Único de Saúde: Embora a Educação Física seja uma profissão reconhecida como da área da saúde desde 1997, sua inserção ainda é precária e do ponto legislativo muito falha. Explicitar esta inclusão, com a inclusão de Profissionais de Educação Física em Unidades Básicas de Saúde, Clínicas de Especialidade (CAPs, por exemplo) e Hospitais é fundamental para que a sociedade se beneficie destas práticas.
  8. Academias Públicas: Expansão do modelo das academias ao ar livre, academias abertas e academias da terceira idade, com dois pontos centrais: i) qualificação dos espaços, com inclusão de equipamentos para treinamento de força, os quais precisam resistentes às intempéries climáticas (incluindo maresia, chuvas e sol em abundância) e ii) a partir de concursos públicos, inserção de Profissionais de Educação Física nesses espaços.
  9. Recuperação do Orçamento para o Bolsa Atleta: De 2017 a 2021, o Brasil teve uma redução de orçamento destinada ao Bolsa-Atleta de quase 20%. Somente de 2017 para 2018 a redução foi superior a 47%, criando um déficit absurdo nesse cenário. Isto impacta sobremaneira a vida cotidiana e o planejamento de treino de brasileiros e brasileiras que se dedicam ao Esporte no País. Quero Recuperar e Expandir o Orçamento do Bolsa-Atleta para aumentar as condições de vida e de treino de jovens esportistas do nosso Brasil.
  10. Sistematização do Projeto Vem Ser: Em 2017 criamos em Pelotas, no sul do Rio Grande do Sul, um projeto chamado Vem Ser Pelotas. A partir de sua metodologia única, ele proporcionou resultados incríveis em modalidades que têm sido desenvolvidas em suas rotinas (remo, rugby e taekwondo). A ideia é expandir o modelo para os diferentes estados do país – criando núcleos esportivos e fortalecendo suas potencialidades regionais.
  11. Comitê Científico para Federações e Confederações Esportivas: Organização de linha de auxílio financeiro de origem governamental para Federações e Confederações Esportivas que estruturarem parcerias com Universidades Públicas Federais para monitoramento do processo de treino e acompanhamento de atletas em suas respectivas modalidades esportivas.
  12. Ampliar e redistribuir o orçamento da Secretaria Especial do Esporte: Em 2020, o corte no orçamento da secretaria do Esporte foi de 49% em relação ao ano anterior. Em 2021, o orçamento da SEE foi de apenas R$ 872,3 milhões. De modo amplo, de cada 100 reais investidos pela Secretaria Especial do Esporte, próximo a 70 reais são destinados ao esporte de alto-rendimento. O aumento e melhor distribuição desse orçamento é essencial para que políticas esportivas diversas, da iniciação ao alto-rendimento, do lazer ao paradesporto, da escola aos jogos olímpicos, sejam implementadas e mantidas como Política de Estado.
  13. Requalificar os Laboratórios e Aparelhos Físico-Esportivos de Universidades Federais: As Universidades Federais que se comprometerem a organizar e implementar projetos de extensão comunitária que atendam: i) população em geral, ii) atletas da iniciação esportiva e iii) esportistas de alto rendimento receberão suporte e apoio financeiro e de recursos humanos para potencializar a prática de atividade física sistematizada e de esporte.

Em âmbito Estadual

O Rio Grande do Sul é um estado que tem se modernizado e desenvolvido ao longo dos últimos anos. No entanto, isto pode ser potencializado. Na área da Educação Física e do Esporte:

  1. Expandir o Programa Vem Ser: Com articulação no Ministério do Desenvolvimento Regional, na Assembleia Legislativa do RS, Secretaria do Esporte e Lazer do estado, Secretarias Municipais e Conselhos Municipais de Esporte, prover incentivos para cidades que desejarem se tornar polos esportivos a partir de estudos prévios. O Rio Grande do Sul tem 497 municípios, e em um período de 4 anos, a meta é expandir o Programa Vem Ser para 5% das cidades (25 municípios) e tornar o Rio Grande do Sul um grande celeiro de esportistas de nível olímpico do Brasil em diversas modalidades.
  2. Programa UBS mais ATIVA: No Rio Grande do Sul temos 2,586 Unidades Básicas de Saúde. Com articulação com o Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde do Estado e Secretarias e Conselhos Municipais de Saúde, prover incentivos fiscais e monetários para cidades que incorporarem em seus concursos públicos o Profissional de Educação Física no Sistema Único de Saúde.
  3. Expansão de Polos Esportivos: Implementação de aparelhos físico-esportivos no Estado, com construção de Praças Esportivas, Pistas de Atletismo (incluindo setores de saltos e lançamentos) e Ginásios de baixo custo e grande capilarização, para democratização do exercício físico e do esporte.

Em âmbito Municipal

Pelotas é a cidade que me acolheu desde 2009. Aqui constitui família, fiz meus planos e sonhos se realizarem e quero poder devolver à cidade tudo o que ela me proporcionou. Dessa forma, comprometo-me a direcionar esforços intensos para:

  1. Reforma da “Pista de Atletismo do Exército”, com troca do piso e qualificação do setor de saltos e lançamentos, reforma da arquibancada, do bosque e ampliação dos espaços para aumento das possibilidades de práticas físico-esportivas.
  2. Construção do Complexo Esportivo da ESEF-UFPel: A Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas conta com espaço físico para construção de equipamento com piscinas, pista atlética, quadras diversas, ginásio para ginásticas e lutas, bem como salas de aulas e laboratórios para suas atividades acadêmicas e de interação com a comunidade adstrita.
  3. Construção do Centro Olímpico Sul: Viabilizar a construção de um Centro Físico-Esportivo em Pelotas de nível internacional para atletas olímpicos e paralímpicos. Neste local acontecerão Campeonatos Estaduais, Nacionais e Internacionais (especialmente devido à proximidade com Uruguai, Paraguai e Argentina). Serão possíveis camps de treinamento para atletas de diferentes locais da América do Sul. Com a expertise da UFPel e da UCPel nas áreas de nutrição, fisioterapia, medicina e educação física, nesse espaço será desenvolvido um centro de prevenção e reabilitação de lesões esportivas. Já está provado que na cidade existe um potencial incrível para o desenvolvimento esportivo de alto nível e que estas estruturas podem ser amplamente aproveitadas para políticas públicas de incentivo a um estilo de vida ativo em nível individual e coletivo.